Destaque na criação de NFTs, cearenses veem na tecnologia uma chance de ganhar dinheiro

Os non-fungible tokens (NFTs) viraram febre neste último ano, e apesar da sua entrada no mercado brasileiro ter começado tímida, hoje a tecnologia já conta com quase 5 milhões de usuários no país. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de pessoas e empresas que mais investem na tecnologia que permite o registro de arquivos digitais. De acordo com a consultoria alemã Statista, ficamos atrás apenas da Tailândia, e estamos à frente de grandes potências, como EUA, China, Canadá e Alemanha.

E, dentro do Brasil, cearenses vêm se destacando. Uma matéria do G1 entrevistou alguns artistas digitais do Ceará para entender como eles estão utilizando a ferramenta.

Crypto Legends

Um exemplo de artista cearense é Renancio Monte, de 26 anos, que utilizou a ferramenta dos tokens para promover conteúdos ativistas e trazer popularidade a temas como extinção de espécies e desmatamento. Renancio ainda criou a coleção Crypto Legends, que são cartas animadas com personagens do folclore nacional e suas histórias. Com a iniciativa, ele compartilhou as histórias de figuras como Saci, Curupira e Cuca com pessoas do mundo inteiro, despertando o interesse pela história cultural brasileira.

“A coleção nasceu de uma vontade que sempre tive, de dar um novo tom aos personagens do folclore brasileiro. O projeto alcançou uma proporção ainda maior após divulgação em um importante site de notícias cripto. O lucro foi de mais de R$ 100 mil convertidos nos valores da moeda da época”, contou.

Vale destacar que os NFTs ganharam popularidade simultaneamente a outras tecnologias digitais no país, como as apostas esportivas e cassinos ao vivo, os quais também envolvem dinheiro e entretenimento, além de aguardarem regulamentação. No caso da jogatina, existem plataformas que oferecem jogos de mesa ao vivo para usuários, e o cassinos.info avaliou mais de 150 opções disponíveis nos cassinos mais seguros atuando por aqui.

Outros cearenses

Apesar de não ter dados sobre o número de cearenses no mercado de tokens, Renancio diz que a falta de formação e informação são dois grandes obstáculos para um maior desenvolvimento da tecnologia no Ceará. Ele ainda defende que empresas públicas e privadas atuem mais fortemente para aproveitar as oportunidades desse mercado.

“Eu vejo uma excelente oportunidade para artistas digitais, principalmente pela questão financeira. Existe uma escassez muito grande de informação e formação sobre os caminhos. Acho que o poder público e privado precisam levar isso para mais criadores, nós só temos a ganhar”, completa.

Além de Renancio, o designer Rui Patrício, de Barbalha, no Cariri, ganhou destaque em dezembro de 2021 ao transformar personalidades nordestinas em NFTs. A primeira foi o Padre Cícero, seguido por Luiz Gonzaga e Lampião. “A ideia era entrar no mercado e ser o primeiro. Até pelas pesquisas que fiz, esse é o primeiro NFT [inspirado no líder religioso], e o primeiro sempre é marcante. Até porque o Padre Cícero, não só a nível de Cariri, é um dos grandes ícones do Brasil”, disse ele ao G1.

Em março de 2022, dois outros símbolos da história do Ceará ganharam destaque no mundo dos tokens. O primeiro foi a vaia cearense, episódio do ano de 1942, quando a população vaiou o sol na Praça do Ferreira, em Fortaleza, enquanto ele insistia em aparecer entre as nuvens em um dia chuvoso. O segundo NFT representa a figura do Bode Ioiô, que marcou a política do estado ao ser eleito vereador de Fortaleza, em 1922, apesar de não ter tomado posse.

A tecnologia permite que artistas e criadores gerem uma espécie de assinatura digital para determinado arquivo (música, imagem, vídeo, GIF, etc). Essa assinatura traz vantagens a quem tem a sua posse, como garantia de originalidade e exclusividade.

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